Desta vez está difícil de aguentar você. Estava tudo bem até você aparecer. Nada doía. Até podia dizer que eu estava de bem com vida. Voltei usar aquela velha calça jeans. O reflexo do espelho não estava tão distorcido.
Só pensava no meu futuro. O que fazer amanhã. O que fazer do meu final de semana para ele ser inesquecível. Qual a roupa bacana eu iria vestir. Qual seria o concurso da hora. O que ler.
Francamente, logo agora você tinha que voltar, não percebe que atrapalha a minha vida? Minha cabeça dói. O espelho fica de quinta categoria. A calça não fecha, não passa da coxa. A bunda vira um ser mau. A barriga treme.
Olha só, quanto estrago, e para que? E só uma visita rápida, que eu, depois de 13 anos deveria já estar preparada. Poxa, você é e sempre será um peso na minha vida. Já impediu dias de praia, piscina e bom sexo. Faz banca de bacana, amiga que veio para salvar o mês, para mostrar que nada “pior” vai acontecer.
Você não é bacana. Me deixa louca. Pareço uma desequilibrada que ainda com camisa de força tenta morder o primeiro que ousar chegar perto. Sério, já pensei em pendurar uma plaquinha no meu pescoço: cuidado cão bravo! Só me faz perder a razão.
Mas cá entre nós, já que não tem jeito, pode vim, mas tenta fazer menos estardalhaço. Não faz nada doer, nada inchar, num faz nada, só venha. Ai lhe prometo querida TPM podemos conviver em paz é quem sabe não volto a te chamar de amiga!
Tereza Augusta
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